quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CAMINHANDO PELA VIAGEM





Ele se programa para a viagem, uma aventura, não traçou roteiros e nem o destino final. Sabe somente que quer e vai viajar.

Irá dar o primeiro passo, depois o segundo, o terceiro e, de passo em passo vencer distâncias, parando onde for aprazível ou quando se fizer necessário.

Talvez retorne sobre os passos dados, se possível for, para recuperar algo que tenha perdido, ou mudar a direção do trajeto.

Esses são seus planos e sonhos.

É a hora da partida, nas costas coloca a mochila com o saco de dormir que usou nos acampamentos que frequentou, roupas, sapatos e uns livros. O eletrônico “IPod” vai no bolso da calça e os fones nos ouvidos. Numa outra mochila de mão leva os produtos indispensáveis para a higiene, os de primeiros socorros e preservativos para se acontecerem encontros amorosos. Também fotografias dos amigos e familiares, a coleção de fotos do seu time de futebol, coisas que relembram amores e dias felizes e também dias doídos, para não esquecer que eles existem. Na bolsa a tiracolo guarda a máquina fotográfica, a carteira, seus documentos pessoais, óculos de sol, caneta e bloco de papel e outro de desenho, para registrar em imagens e em palavras e desenhos as emoções que viverá. Pronto, dá o primeiro passo...

Pelos caminhos iniciais recolhe pedras coloridas e guarda na mochila, são lindas, e também outras brutas e disformes. Compra pequenas coisas típicas da região por onde caminha e acaba adquirindo outra mochila para guardá-las e a leva na mão, antes desocupada.

O viajante segue, até que percebe que a viagem deixou de ser prazerosa, braços e costas doem pelo peso das mochilas. Resolve sentar e pesquisar e questionar tudo que carrega:

_ Para que fotos dos que amo se tenho eles no coração? E as coisas para relembrar se as lembranças estão na minha mente? Para que livros se estou vivendo minha história? Máquina fotográfica, desenhos e anotações, por que se estou vendo, sentindo e participando? O “IPod” para que, se o canto dos pássaros é mais sonoro, mais puro, mais melodioso?

E resolveu:
_ Levo somente o que posso carregar, o que não pesa e não me cansa e assim, aproveitarei cada minuto da minha viagem!

O supérfluo, os luxos, os ornamentos com que se exibia, ficaram esquecidos no caminho e a agora sim, viaja feliz.


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