Ele se programa
para a viagem, uma aventura, não traçou roteiros e nem o destino final. Sabe
somente que quer e vai viajar.
Irá dar o primeiro
passo, depois o segundo, o terceiro e, de passo em passo vencer distâncias,
parando onde for aprazível ou quando se fizer necessário.
Talvez retorne
sobre os passos dados, se possível for, para recuperar algo que tenha perdido,
ou mudar a direção do trajeto.
Esses são seus
planos e sonhos.
É a hora da
partida, nas costas coloca a mochila com o saco de dormir que usou nos
acampamentos que frequentou, roupas, sapatos e uns livros. O eletrônico “IPod”
vai no bolso da calça e os fones nos ouvidos. Numa outra mochila de mão leva os
produtos indispensáveis para a higiene, os de primeiros socorros e
preservativos para se acontecerem encontros amorosos. Também fotografias dos
amigos e familiares, a coleção de fotos do seu time de futebol, coisas que
relembram amores e dias felizes e também dias doídos, para não esquecer que
eles existem. Na bolsa a tiracolo guarda a máquina fotográfica, a carteira,
seus documentos pessoais, óculos de sol, caneta e bloco de papel e outro de
desenho, para registrar em imagens e em palavras e desenhos as emoções que
viverá. Pronto, dá o primeiro passo...
Pelos caminhos
iniciais recolhe pedras coloridas e guarda na mochila, são lindas, e também outras brutas e disformes. Compra
pequenas coisas típicas da região por onde caminha e acaba adquirindo outra
mochila para guardá-las e a leva na mão, antes desocupada.
O viajante segue,
até que percebe que a viagem deixou de ser prazerosa, braços e costas doem pelo
peso das mochilas. Resolve sentar e pesquisar e questionar tudo que carrega:
_ Para que fotos
dos que amo se tenho eles no coração? E as coisas para relembrar se as
lembranças estão na minha mente? Para que livros se estou vivendo minha
história? Máquina fotográfica, desenhos e anotações, por que se estou vendo,
sentindo e participando? O “IPod” para que, se o canto dos pássaros é mais
sonoro, mais puro, mais melodioso?
E resolveu:
_ Levo somente o
que posso carregar, o que não pesa e não me cansa e assim, aproveitarei cada
minuto da minha viagem!
O supérfluo, os luxos, os ornamentos
com que se exibia, ficaram esquecidos no caminho e a agora sim, viaja feliz.
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