quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ESCOLHAS



Fecho a porta e ganho a rua, o espaço, não vejo prédios, nem carros, nem gente, nem cachorros. Tudo fica pra trás.

Nada à frente. Olhos abertos veem o nada. Caminho pelo nada e sigo o nada, canso do nada, descanso no nada, durmo no nada. Venta no nada, o vento do nada me desperta, o ar do nada é fresco. Sigo pelo nada. Penso nada. Ouço a música do vento do nada e danço pelo nada. Corro nua pelo nada. Sem dor, sem nada no nada. O nada é azul. Sou leve no nada e flutuo pelo nada, sinto amor no nada. A paz no nada. No nada, de nada se vive.

No horizonte do nada, vislumbro contornos, luzes, nuvens, raios, tudo...

O caminho para o tudo. No tudo se nasce. No tudo tem amor e no tudo tem dor. No tudo tem sucessos e no tudo tem derrotas. No tudo sou pesada e visto máscara. Tudo de alegria e tudo de tristeza. Tudo de cores vibrantes ou amenas e tudo cinzento. Tudo é verso e reverso. Tudo é ação e reação. No tudo se morre.

É Tudo ou Nada.
Nada escolho ou escolho tudo?
E você, tudo ou nada?



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