Fecho a porta e
ganho a rua, o espaço, não vejo prédios, nem carros, nem gente, nem cachorros.
Tudo fica pra trás.
Nada à frente. Olhos abertos veem o nada.
Caminho pelo nada e sigo o nada, canso do nada, descanso no nada, durmo no
nada. Venta no nada, o vento do nada me desperta, o ar do nada é fresco. Sigo
pelo nada. Penso nada. Ouço a música do vento do nada e danço pelo nada. Corro
nua pelo nada. Sem dor, sem nada no nada. O nada é azul. Sou leve no nada e
flutuo pelo nada, sinto amor no nada. A paz no nada. No nada, de nada se vive.
No horizonte do
nada, vislumbro contornos, luzes, nuvens, raios, tudo...
O caminho para o
tudo. No tudo se
nasce. No tudo tem amor e no tudo tem dor. No tudo tem sucessos e no tudo tem
derrotas. No tudo sou pesada e visto máscara. Tudo de alegria e tudo de
tristeza. Tudo de cores vibrantes ou amenas e tudo cinzento. Tudo é verso e
reverso. Tudo é ação e reação. No tudo se morre.
É Tudo ou Nada.
Nada escolho ou
escolho tudo?
E você, tudo ou
nada?
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