Sempre soube que é difícil
isso não é novidade. Novamente os mesmos sentimentos. Pensou que tivesse aprendido
que não fosse mais uma analfabeta emocional como seu analista lhe chamava.
Derrotada de novo, era
como se sentia!
Até não ter conseguido
aquele emprego, que seria um salto grande na sua carreira profissional, ela
assimilou, não em poucos dias é verdade, levou uns vinte dias, mas antes, a
sensação de derrota durava meses! Foi doído sair do sonho e dos planos que traçou
após passar por três entrevistas e ver outros candidatos serem dispensados. Na
reta final, na disputa com somente outro, foi preterida. Não ajudaram as
palavras do Presidente da Empresa prometendo que no futuro poderia ser chamada.
Derrotada, autoestima lá
em baixo, nos pés ou até neles não existia? Procurou pensamentos
compensatórios, elogiosos, estimulantes, seguindo os conselhos do analista e
conseguiu esquecer a frustração.
Agora parece que será
quase que impossível superar o fim do romance que viveu por cinco anos, de amor
verdadeiro... Pelo menos para mim foi e é verdadeiro, pensa em seus momentos de
saudades. E lembra-se do analista dizendo: “Uma pessoa é emocionalmente
resolvida quando é capaz de sair inteira, de um relacionamento.” E ela sai
partida em vários pedaços. Num pedaço ama, noutro odeia, noutro se resigna,
noutro quer vingança, noutro esta derrotada, noutro depressiva, noutro triste...
Culpa todos à sua volta.
A concentração no trabalho inteiramente comprometida. Preciso esquecer, diz a
si mesma! Está difícil, acorda e ainda sonolenta, a sensação de perda desponta.
Onde encontrar vontade de se cuidar? De se enfeitar? De viver! E o sentir culpada,
como fugir disso?
Lembrou-se de um
exercício que seu analista ensinou: para afugentar as decepções ou qualquer
pensamento que não queira, deve prestar atenção em sua respiração, no ar entrando e
saindo em seus pulmões e assim afastará as lembranças que causam sofrer. Dias depois os pedaços foram pouco a pouco, se
unificando, tornou-se inteira novamente, sobraram lembranças gostosas dos momentos
que viveu amando e agora, às vezes até sorri feliz ao relembrar. Não que tenha
esquecido o sofrimento, só não deixa ele se fazer presente e se pergunta:
Alguém sabe perder?
Eu, Hilda, lhe respondo:
“Se alguém sabe, não sei,
só posso afirmar que... EU NÃO SEI PERDER! Nem um simples
joguinho de cartas, de passatempo!”
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