Sábado... Por que esse nome? Sendo o sétimo dia da semana deveria chamar-se
sétima-feira, concorda? Também nunca entendi o porquê dessa “feira” no nome de
alguns dias, em criança pensava que eram os dias onde se poderiam armar as
feiras-livres de frutas e verduras pelas ruas. Voltando ao sábado, resolveram
que o sétimo dia seria Sábado e fim de história.
A palavra Sábado em português vem de Shabat, o sétimo dia da semana dos
Judeus e quer dizer dia de descanso. Para eles, o fim de semana inicia-se com o
pôr do sol da sexta-feira até o anoitecer do sétimo dia. Até o ano 325,
cristãos e judeus mantinham o Shabat como o dia de descanso semanal. Nesse ano,
os líderes (religiosos e políticos - Constantino presidiu às sessões) decidiram
postergar para Domingo o descanço semanal, uma entre outras medidas para
separar os cristãos dos judeus, até então comunidades irmãs.
Está explicado o nome sábado. Mas pela pesquisa que
fiz, vejo que no nosso mundo Ocidental, o dia do descanço é somente o Domingo.
E agora lembro de coisas que minha avó contava, por exemplo:
Trabalhava-se o dia do sábado até dezoito
horas e a noite farmácias faziam rodízios e funcionavam somente até
as vinte e duas horas, e somente uma atendia a noite toda aos
desesperados por alguma droga que amenizasse a dor repentina. No domingo
somente duas farmácias de plantão abriam, nada de padaria ou qualquer
outro estabelecimento de vendas. Comprava-se o pão no sábado para consumir
no domingo. O domingo era mesmo o dia de descanso. O sábado tinha uma característica
que o diferenciava dos outros dias: Era o dia de tomar banho e de fazer faxina
na casa. Bem, essas duas atividades eram somente daqueles chamados de maníacos
por limpeza. Minha avó dizia odiar o sábado, a casa saia da rotina, a mãe
ficava atarefada e sem paciência, as tardes eram dedicadas a aquecer no
fogão a lenha, panelões de água pros banhos da família em meio à faxina
acontecendo.
Já minha mãe conta que nos sábados trabalhava-se
até o meio-dia. O comércio de alimentos até as vinte horas.
Eu conto que hoje, só trabalham nos sábados os
setores que se pararem terão um prejuízo muito grande, o resto... todos em
descanso!
E aí ... voltamos aos anos antes do ano 325? Se é
assim, voltaremos a chamar o sétimo dia de Shabat?
Agora me pergunto por que não podemos dividir
um pouco desse sentimento e alegria presentes no sábado e no domingo ao longo
de toda semana? Como diz Domenico De Masi, sociólogo italiano e propagador do
ócio criativo: somente seremos felizes naquilo que fazemos quando conseguirmos
misturar trabalho, lazer e estudo ao longo de cada um dos dias da semana.
Confesso que ainda estou muito longe disso...
Quer saber? Um bom Shabat pra você!
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