Jogo do meu time contra um arquirrival, e ele vencia. Uma
simples quarta-feira, meio de semana trabalhada, programa perfeito numa noite
de verão acompanhada de cerveja gelada. Jogo muito disputado com defesas e
ataques dos dois times que prendia minha atenção nas imagens da televisão e nos
comentários do narrador, com quem muitas vezes gostaria de ter meios de
interagir em suas observações para contradizê-las, claro. Um dia quem sabe
essas transmissões serão interativas e poderei contestar.
Sentiu o clima? E no auge da adrenalina, a operadora da
televisão tira o sinal de transmissão e junto também o da internet. Aí doeu, o
jeito foi ouvir a narração do jogo no rádio do carro e declinar impropérios à
operadora, e até pensei em questioná-la para ser ressarcida do prejuízo
emocional que me infringiu. Até que aguentaria a falta de imagens e de som se
tivesse a internet.
Dias depois ao retornar de uma despedida da semana que se acabava,
quase na hora de mudar o dia do calendário, o horário que gosto e até preciso escrever,
pois aprendi com esse pensamento, que desconheço a autoria, que li e absorvi:
“Perdi
muito tempo até aprender que não se guarda as palavras, ou você as fala, as
escreve, ou elas te sufocam.”
Hoje sou dependente da internet em muitos
pontos, desde gerenciar minhas finanças, compras que prefiro fazer por ela,
pois não tenho paciência de andar de loja em loja pesquisando preços e faço
mais facilmente pelas lojas virtuais, ler notícias e coisas interessantes,
trocar ideias e agrados e piadas e conhecer pessoas e encontrar e acarinhar
amigos e saber deles pelas redes sociais. Sem falar nos e-mails que resolvem
muitos problemas, desde os emocionais aos amigáveis, os de negócios e os
familiares entre outros.
E adquiri dependência da internet também
para libertar as palavras que estão na mente e nos sentidos implorando para
sair. Antes não, comecei no papel, logo vim pro Word e escrevia o que surgia
nas ideias, até que resolvi usar o dicionário online e depois buscar
ilustrações pros meus textos e aconteceu que algo visualizado na internet
sugeriu um tema, E muitas vezes um fato ou alguém que despertou alguma emoção,
criou na minha mente perturbada uma ficção em torno dele. Sem citá-lo ou deixar
que transpareça, incluo minhas sensações e sempre o que foi sugestivo fica
oculto. Uso frequentemente essa técnica, é meu tema recorrente e secreto.
Então sentei frente ao computador, abri o
Word e me investiguei sobre o que gostaria de transcrever, logo os sentidos
responderam, mas o que usar para desenvolver o revelado? Nesse momento é que
preciso das informações da internet. E descobri que estava sem sinal. Peguei o
livro esquecido há alguns dias...
No dia seguinte continuei sem receber o
sinal para internet, liguei para operadora e uma gravação me atende e começa o
tecle 1 se... 2 se... teclo logo o que quero pois já conheço o número e toda
falação. Nova gravação informando que devo desligar tudo, modem e computador,
esperar alguns segundos e religar. Ignoro, pois isso já havia feito, a gravação
continua e diz que se o problema não foi resolvido teclar 1 para alguém vivo me
atender. Finalmente consigo ouvidos para me ouvirem. Explico o problema, sem sinal
de internet. Dão lá uns comandos e a lindeza volta, mas não o bendito “Wi Fi” e
isso afeta integralmente minha liberdade virtual. A conclusão é que o problema
é interno ao meu aparelho e fica agendada a visita de um técnico entre vinte e
uma horas e vinte e três horas. Isso numa noite de sábado! O técnico foi embora
passando das vinte e três horas, e continuei sem Wi Fi e o pior, sem internet.
Domingo ligo de novo para operadora, ouço
pacientemente todas as gravações, teclo tudo que pediram e consigo explicar o
que acontecia. Nova visita técnica agora entre dezessete horas e vinte horas. Às
dezesseis horas chega o técnico que após mais de duas horas consegue resolver o
problema...
E só então pude terminar de contar sobre
minha dependência das tele comunicações e como a tecnologia é dependente de
bons técnicos e de usuários pacientes.
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