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Andava distraída pelo calçadão dos jardins da praia da minha
cidade, jardins bem planejados que mostram beleza vegetais em qualquer estação
do ano. Nem sei porque passaram a denominar as calçadas, são duas: uma beirando
a areia da praia, outra arrematando os jardins; como estava dizendo e me
perdi na descrição das calçadas, pois é referem-se a elas por calçadão. Como
calçadões se são complementos dos jardins? E tem bancos confortáveis onde se reúnem amigos, famílias em papos, e ainda árvores
frondosas, popularmente chamadas de ‘Chapéu de Sol’ cujas copas se unem entre
si. Sim, caminhar por elas é encontrar a paz, com sol ou chuva, no inverno ou
verão.
Diga para mim: Lembram um calçadão? Claro que não, concorda?
Muito menos os caminhos internos, ora em curvas sinuosas ora em
retas, que desenham os jardins onde vegetais se exibem enfeitados com flores,
outros exuberantes em verdes perdidos no gramado. Oferecem seus espaços para
patinadores, esqueitistas, carrinhos de bebes levados por mãos que são como
anjos protetores, cães conduzidos pela guia por seus dedicados donos. E neles
também bancos, os preferidos pelos namorados.
Como comecei escrevendo, caminhava por uma das calçadas, admirando as folhas que declararam liberdade e ganharam o gramado ao deixarem os
galhos das árvores. Formavam um tapete em tons que variavam do cobre ao dourado, ao vermelho, ou ao marrom. Um tapete de tom sobre tom, perfeição da natureza. Uma
delas, talvez aquela folha que não se prende em rotinas, nem em preconceitos,
menos ainda em padrões determinados, se interpôs em meu caminho.
Seria um desafio aos meus passos?
Observei suas formas, suas rugas artisticamente moldadas em retorces
suaves, sem o verde da juventude, mas esplendorosa de cores vibrantes em sua
maturidade, exibida mesmo! Sabia que tinha vencido as chuvas, as ventanias que
a fustigavam com os grãos de areia que carregavam.
Conquistou a liberdade e dança com total entrega aos braços de
seu par ventoso, que a conduz em volteios no ritmo da música criada pelo seu
vento...
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