Conheci uma
história que igual, somente havia visto em ficções e resolvi contar à você.
Num encontro
recente, na casa de uma tia que comemorava seu aniversário junto às amigas e
familiares, conheci uma mulher e sua história. O primeiro contato com a mulher
já foi interessante. Antes de ir cumprimentar minha tia, fui ao shopping
comprar um presentinho pra ela, resolvi olhar as águas e cheiros perfumados de
uma perfumaria, sou super indecisa para presentear, me preocupo em não deixar
minhas preferências falarem mais alto que o perfil da pessoa que quero agradar.
Estava escolhendo o cheiro ou que produto compraria, quando ouvi a vendedora
dizer a uma mulher que uma certa água perfumada era do agrado de senhoras perto
dos setenta anos, como minha tia. A mulher decidiu-se pela tal água e eu
comentei que também procurava algo pra uma senhora de idade igual, ela
gentilmente aconselhou-me a levar a mesma água. Enquanto aguardava a vendedora
terminar de atendê-la, fiquei pesquisando as prateleiras e acabei optando por
outros produtos, a verdade é que aquela tal água não me agradou nem um
pouco e pensei: “Como ofertar uma coisa que não gosto? Assim também não!”.
Sacola de presente
na mão abracei apertado essa tia que adoro e também minhas primas, cumprimentei
as amigas dela presentes e desconhecidas para mim, uma a uma e cheguei na
mulher que encontrei na loja. Rimos da coincidência e contei-lhe que meu
presente foi diferente. Como não sei ficar em nenhuma reunião em grupos
apartados de outros, procuro conversar com todos, pois conhecer pessoas
para mim, é um grande aprendizado e também um prazer. Acabei chegando na
mulher da loja, simpática, esfuziante, parecia de bem com a vida, uma mulher
bonita em seus cinquenta e alguns anos. Disse isso a ela que após um tempo
me confidenciou que agora estava mesmo voltando a ser alegre, pois há três anos
ficara viúva e sentia saudades profundas do companheiro que teve, por trinta
anos, e com quem fora muito feliz.
A surpresa
despertou minha atenção, pois confesso a você que desconheço uma relação de
mais de dez anos onde os companheiros ainda se amem com paixão. Vejo muitos
casais com anos de convívio e sempre percebo que estão ainda juntos por
acomodação, por hábito, ou pelos filhos, ou pela sociedade, ou pela situação
financeira, demonstrando claramente, que se suportam, pois há muito a fantasia
foi desmascarada pela realidade, apesar de que, quando idosos melhoram o
relacionamento, já que um fica dependente do outro para
preencherem as solidões.
Ela contou-me que
não houve uma manhã dos dias que viveram juntos, que ele ao acordar não lhe
dissesse:
_Você lembra-se que
a amo? E ainda repetia durante o dia...
Todos os
dias ela encontrava bilhetes apaixonados em algum lugar da casa, que ele
deixava antes de sair para o trabalho. Quando ele viajava só, por compromissos,
era ela quem colocava bilhetinhos de amor no meio das roupas da mala que ele
levava.
Disse-me, com os
olhos lacrimejando pelas lembranças afloradas, que ele foi sua paixão, seu
amigo, seu amante, um pai extremoso e um companheiro sempre presente em todos
os momentos que precisou de um ombro. E que após sua morte encontrou um
bilhete dele, onde dizia que seu final estava próximo, consolando-a e
dizendo que sabia que partiria para um lugar de felicidade, mas que para ele
não seria novidade, pois conheceu o céu ao seu lado...
Hoje, ela
disse, sente-se reconfortada, pois foi imensamente feliz, tem todas as
lembranças para consolá-la e agora está aprendendo a viver com ela mesma e com
as recordações.
Depois minha tia
confirmou-me que os dois viveram mesmo apaixonados.
Passei a acreditar
que existe Paixão Segundo o Amor, mas que são poucos que a encontram.
hum... estou vendo que tenho razão ...a união de paixão e amor colabora para uma explosão de sentimentos inesquecíveis!!! Que texto lindo!!!
ResponderExcluirQuanta coisa para se aprender!
Bjo com carinho
Gabi (NaReal)