Já faz tempo que me
determinei a enfrentar meu sótão onde guardo tudo que não está mais sendo
usado.
Desde quando vi um
filme em que havia uma casa com sótão e onde a família guardava coisas e coisas
até de gerações anteriores a sua, que quis ter um sótão. Resolvi
improvisar, por que sótão tem que estar lá em cima, abaixo do telhado,
iluminado por claraboia? Isso é imagem da infância que ficou na minha mente...
um espaço reservado, só meu, é o suficiente. E assim criei meu sótão e por anos
fui guardando coisas nele.
Não sei quando e
nem porque o sótão passou a me preocupar, estava lotado, e tanto que nem sabia
mais o que havia por lá. Quando queria depositar mais algum treco, empurrava
pela porta adentro. Não permitia a entrada de ninguém no meu sótão. Nem mãe,
nem marido, nem filhos, nem amigos. Uma vez abri a porta para alguém que se
interessou por alguns poucos guardados, leu um dos livros, ouviu um disco ainda
de vinil, pesquisou umas roupas e partiu, não o encontrei mais.
Agora estou
determinada a enfrentar e analisar todas as coisas armazenadas no meu sótão e
já perdi a conta dos dias que estou dentro dele. Não, não desapareci dos olhos
de ninguém, cumpro meus compromissos com minha presença física, porque a mental
continua no sótão. Tem coisas que a um simples olhar concluo que suas
permanências são desnecessárias, estão atrapalhando a ordem do meu sótão e
percebo que não sei porque as guardei. Com outras me detenho por horas, até
decidir se continuam guardadas ou serão descartadas, na verdade, quando surge essa
dúvida quase sempre o destino da coisa é o saco de lixo.
E surgem os
questionamentos:
Se já sei que irá
para a lixeira, por que perco tempo com ela?
E se me arrepender
depois? Se me fizer falta algum dia?
Levo horas para
decidir...
Já perdi a conta
dos dias em que estou enfrentando meus guardados. Com a ordem sendo aos poucos
instalada, sinto-me tranquila. Já até esqueço o sótão quando não estou nele e
aos poucos a entrada no sótão está se tornado prazerosa. Com o sofá vermelho e
o tapete que encontrei pelo meio das coisas esquecidas, e também a luminária,
criei um cantinho aconchegante, pois agora convidarei algumas pessoas especiais
para conhecê-lo... Poucas.
las cosa que marcan la vida, y se guardan por si, kkk, no son las cosas las que determinan lo vivido, eso esta mucho mas profundo en la mente y sobre todo en el corazón, pero no podemos evitar guardar cosas, cuidado Hilda no sea que te atrapen las cosas, beijos linda. Espe
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