Por ele e com eles, transcrevo sentimentos, conclusões que a vida me deu,
também palavras que dizem das minhas alegrias e tristezas, das minhas simpatias,
dos meus segredos e das contrariedades. O vejo como meu analista e nem preciso estar
deitada no sofá e relaxar, ele me deixa inteiramente à vontade, tenho a sensação
de que ele escreve por si próprio, pois tem vez que ao ler uma ideia digitada
me parece inédita. E me confirmo: não pensei isso ao digitar!
Penso que meu teclado tem vida própria, dia desses até enviou
uma mensagem doida pelo email e eu juro que não tive participação, ou será o
problema da minha mão que se transfere aos dedos? Conheço os problemas que
minha mão causa que me dão certeza que a mente que me dirige não a reconhece
como membro do meu corpo, ela é independente, esconde coisas, muda o lugar de
tudo que nela for parar. Mas os dedos também?
Teve situação que a independência dele e da dos meus dedos,
me constrangeu. Aquela onde meu consciente diz ter sido ato falho. Será que
esse teclado horroroso lê meu inconsciente? Poderoso do jeito que ele anda, é
capaz de me fazer crer em vidas passadas.
Agora estou digitando e com atenção total ao que é escrito na
página em branco, hoje eu os domino, estão colocados nos seus devidos lugares,
um é um periférico e já lhe avisei que o troco facilmente. Aos dedos deixei
claro que outra que me aprontem, acabarão as unhas caprichosamente esmaltadas e
os vários anéis.
Deixo aqui o pedido de desculpas em nome do meu teclado e dos meus
dedos, principalmente a quem recebeu a mensagem eletrônica apesar de que, penso
que o bobo do teclado não soube enviar, pois não houve resposta, até fiquei
aliviada!
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