Uma das maiores personalidades da história
universal, Santo Agostinho foi um grande retórico, um grande filósofo e um
grande santo da Igreja. Sua obra, ao mesmo tempo vasta e profunda, exerceu e
exerce muita influência em toda a cultura ocidental.
A busca
pela felicidade
Por mais sucessos nos sonhos e planos, amorosos ou financeiros
ou de poder, temos um vazio interior, uma solidão ou carência que procuramos
preencher de algum jeito. É como um desejo de realização com felicidade que nos
causam anseio e não identificamos. Os filósofos tinham esse conhecimento dos
seres humanos desde dois mil anos atrás, por
mais que sejamos bem sucedidos na vida, no amor, na constituição de uma
família, nos estudos, no trabalho, na sociedade como um todo, esse vazio
interior, esse sentimento de solidão permanece.
Santo Agostinho conhecia essa busca interior
dos homens pela realização e felicidade e as procurou na teoria, através da
filosofia, e na prática profissional como orador e também no prazer. Porém não
preencheu o vazio interior. Até que compreendeu que esse vazio, essa sede de
felicidade é o lugar onde encontramos com Deus, entendeu que essa solidão, esse
vazio somente é preenchido por Deus.
A filosofia agostiana é uma profunda busca da
verdade. É um movimento incessante, uma paixão, e, precisamente, a paixão
principal: o amor. “Amor meus, pondus meum”, O amor é o peso que dá sentido à minha vida. Noli foras ire, in teipsum redi: in interiore homine
habitat veritas. “Não vá fora, entra em ti mesmo: no homem interior habita a verdade”
Existe em nós uma abençoada solidão, aquele “vazio”
interior que não é algo ruim, é o convite do próprio Deus para o encontrarmos
num lugar dentro de nós que só Ele habita. E ali é só você e Ele, nada e ninguém mais,
silêncio e diálogo. Todo homem recebe este convite, mas poucos respondem a ele.
Na visão
de Santo Agostinho, a relação entre a fé e a razão.
“Deus está longe de odiar em nós aquilo em
que nos criou superiores aos restantes animais. Longe de nós pensarmos que a fé
nos leva a rejeitar e a fugir da razão, dado que nem sequer poderíamos
acreditar se não tivéssemos almas racionais. É próprio da razão reconhecer que
a fé deve preceder a razão no tocante a certas verdades que fazem parte da
doutrina de salvação e de cuja compreensão não seremos ainda capazes, embora o
sejamos mais tarde."
"E isto porque, purificando o coração, a fé apreende e
transporta consigo a luz da grande razão... Por isso, parece muito razoável que
a fé preceda a razão... É a razão que nos persuade de que a fé deve preceder
uma certa grande razão; por isso, por mínima que seja, essa primeira razão é
prévia à fé.” (Santo Agostinho)
Conclui-se que, segundo o filósofo Santo
Agostinho, a verdade vem diretamente de Deus e é revelada ao homem por ele
possuir fé e razão, as quais se completam, pois quando se une a inteligência
humana com a fé em Deus, o homem entende e louva o Senhor pelas verdades que
lhe foram reveladas, pois o conhecimento humano limita-se ao do Criador.
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