Então, “ressignificar” foi mais uma palavra lida e ouvida que
cutucou minha curiosidade, claro que esse tão usado re(algum ato) quer dizer,
retornar (olha o “re” aí) o ato. Então na minha pretensa lógica concluí que quer
dizer repetir o significar. Como assim? Algo significa isso ou aquilo e
continuará sendo isso ou aquilo em sua significação.
Minha lógica não me convenceu disso e fui procurar ajuda de dicionários.
Não encontrei significado pra resignificar e já estava desistindo pois, como
existir essa palavra que quer significar de novo e não significa nada? Porém é
muito usada por intelectuais, psicólogos e os que se dedicam a estudar
comportamentos das pessoas, logo deve ter um significado. Nesse ponto de minhas
indagações lembrei-me daquela ferramenta que a internet nos disponibiliza, o
santo Google e pra ele fui. Encontrei essas definições:
Ressignificação é o método utilizado em neurolinguística para
fazer com que pessoas possam atribuir novo significado a acontecimentos através
da mudança de sua visão de mundo.
Neurolinguística é a
ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem. Ocupa-se com o estudo
dos mecanismos do cérebro humano
que suportam a compreensão, produção e conhecimento abstrato da língua, seja
ela falada, escrita, ou assinalada.
O significado de todo
acontecimento depende do filtro pelo qual o vemos. Quando mudamos o filtro,
mudamos o significado do acontecimento, e a isso se chama ressignificar, ou
seja, modificar o filtro pelo qual uma pessoa percebe os acontecimentos a fim
de alterar o significado desse acontecimento. Quando o significado se modifica,
as respostas e comportamentos da
pessoa também se modificam.
E entendi que
quer dizer dar novo significado somente para fatos que vivenciar e assim atribuir
um significado positivo e satisfatório em um acontecimento que muito nos incomoda
e passamos a encará-lo com equilíbrio emocional, olha-lo com outras lentes.
Começo minha
ressignificação entendendo que minhas escolhas erradas, meus insucessos, as
mágoas sofridas com traições e injustiças foram ingredientes para moldar o meu “eu”
de hoje. Gostei disso e sinto a verdade nele! Agora vou me convencer que meus
atos errados, foram experiências vividas e assimilados com aprendizagem...
Não errei,
aprendi!
E como ressignifico
minhas frustrações? Será que se mudar o modo de ver as coisas acabo com elas?
Mas não estarei agindo como a raposa na fábula de Esopo: as uvas estão verdes?
Nesse ponto de
meus pensamentos surge a lembrança da tal Síndrome de Poliana.
Imagino que
muitos conhecem um pouco as historias de Poliana, uma menina que enxerga tudo “cor
de rosa”, sem maldades, sempre acreditando no melhor das pessoas e da vida,
sendo incapaz de causar algum mal a alguém. Sua forma de ver a vida levou
especialistas a identificarem como “Síndrome de Poliana” aos que fogem da
realidade na medida em que veem o mundo “cor de rosa” como Poliana.
E agora, se
resignificar todas as situações que vivi e viverei estarei com essa síndrome?
Estava tão
bom, por que tive que lembrar das frustrações?
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