Começa embalando os movimentos em música lenta e de uma nota só,
meio triste e mais rítmica no final. Melodia que rearranja os sentimentos
intensifica uns e amortece outros, como lembranças boas ou ruins, mandando ao
limbo as ruins ao entreter o ser nos compromissos que ela traz.
A música não me influência, é chata em qualquer tom. Logo cedo
me traz a faxineira com sua vontade exacerbada de me perturbar, tira tudo do
lugar, faz com que me sinta um peixe fora d’água, e parece que seu intento é
esse, Se vou ler o jornal na mesa da cozinha, ela resolve ir lavar alguma coisa
na pia e, falar! Ouço atenta oferecendo o sacrifício pelos necessitados, Deus
deve apreciar isso. Explico o sacrifício: difícil entender o que ela fala, tem
voz rouca e fala atrapalhada e espera respostas, então preciso ficar com
ouvidos e mente focados nela.
Quando me livro da faxineira, a recém-chegada me recorda tudo
que está esperando para ser resolvido. Ela sabe que protelei algumas chatices
pra executar nela. E a música enfadonha continua.
E eu me encho de determinação e esforço para não ouvi-la, senão
esqueço obrigações e caio em estado depressivo.
Depois de um tempo, a música se
apresenta mais melódica até animadora e, conforme vou desempenhando tarefas e
cumprindo os planejamentos, um desejo de dançar ao som de sua música toma conta
de mim e danço pelas horas e recordo que todo dia é dia de ser feliz pois, para
isso é que estou aqui!
Seja você também feliz nessa nova segunda-feira!
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