domingo, 22 de setembro de 2013

Ela vem chegando...



Começa embalando os movimentos em música lenta e de uma nota só, meio triste e mais rítmica no final. Melodia que rearranja os sentimentos intensifica uns e amortece outros, como lembranças boas ou ruins, mandando ao limbo as ruins ao entreter o ser nos compromissos que ela traz.

A música não me influência, é chata em qualquer tom. Logo cedo me traz a faxineira com sua vontade exacerbada de me perturbar, tira tudo do lugar, faz com que me sinta um peixe fora d’água, e parece que seu intento é esse, Se vou ler o jornal na mesa da cozinha, ela resolve ir lavar alguma coisa na pia e, falar! Ouço atenta oferecendo o sacrifício pelos necessitados, Deus deve apreciar isso. Explico o sacrifício: difícil entender o que ela fala, tem voz rouca e fala atrapalhada e espera respostas, então preciso ficar com ouvidos e mente focados nela.

Quando me livro da faxineira, a recém-chegada me recorda tudo que está esperando para ser resolvido. Ela sabe que protelei algumas chatices pra executar nela. E a música enfadonha continua.

E eu me encho de determinação e esforço para não ouvi-la, senão esqueço obrigações e caio em estado depressivo. 

Depois de um tempo, a música se apresenta mais melódica até animadora e, conforme vou desempenhando tarefas e cumprindo os planejamentos, um desejo de dançar ao som de sua música toma conta de mim e danço pelas horas e recordo que todo dia é dia de ser feliz pois, para isso é que estou aqui!


Seja você também feliz nessa nova segunda-feira!


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