domingo, 10 de junho de 2012

O MENINO E A PIPA




Brisa, sol, céu azul, areia morna que as ondas do mar carinhosamente a acariciam no seu incansável ir e vir. Dia perfeito para se entregar ao prazer de sentir e ouvir esse cenário natural e perceber o coração pulsar comprovando a vida.

Ela estava ali, no cenário magnífico, sentada na confortável cadeira de praia e os pensamentos modificando-se em velocidade, nenhum se detinha muito tempo. Como num filme se viu em momentos felizes e em outros tristes; também reviveu as conquistas que venceu e as que perdeu; Sonhos também se fizeram presentes e planos. Aconteceram também alguns questionamentos poucos, mas pungentes.

Abriu os olhos e viu o menino entretido em soltar sua pipa colorida. A pipa dançava no ar em movimentos leves como de uma bailarina ou em acrobacias como um ginasta. Içada pelo vento, de repente acontecia uma queda brusca na altura e o menino manejava a linha e a elevava novamente e outra vez ela dançava graciosa e a queda acontecia e o menino a acudia. Soltava mais linha quando sentia que a pipa estava sendo impulsionada e a recolhia quando o vento diminuía ou mudava a direção.

Ao observar o menino empinando sua pipa, ela se viu em seu lugar. A pipa é sua vida e ela é o menino. É ela que procura pelo vento que eleve sua pipa e a faça dançar suave e em outras vezes, sofrer quedas bruscas e procurar retornar ao vento que a impulsione. Quantas acrobacias já realizou para se manter no alto! E quantas quedas sofreu! Já usou vestes coloridas como a da pipa do menino e também já se vestiu de negro. Já foi “cortada” pelo “cerol” da linha de outras pipas de meninos malvados. Alegra-se ao concluir que em nenhuma queda desistiu e sim, procurou pelo vento certo que a impulsionou a subir e voltear pelo céu... 

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