domingo, 12 de agosto de 2012

EU, ALQUIMISTA




Andei pensando Alquimia. A alquimia arte, a pseudociência, mas não quero transformar metais comuns em ouro ou prata, ou criar elixir que cure todas as doenças e nem um que resulte na imortalidade. Nenhuma dessas pretensões até hoje não conseguidas, quero transformar elementos simples em algo útil, alguma coisa agradável para você e para mim.

A alquimia é baseada na crença de que há quatro elementos básicos: fogo, ar, terra e água e quatro essenciais: orvalho, sal, enxofre e mercúrio. Sei que a química moderna teve origem na alquimia, mas a antiga arte é fortemente espiritual.

O orvalho é utilizado para umedecer a matéria-prima. O sal é o dissolvente universal, é o meio de ligação entre o mercúrio e o enxofre, muitas vezes associado à energia vital, que une corpo e alma. Os outros dois elementos, mercúrio e enxofre são as principais matérias-primas da alquimia. O enxofre é o princípio fixo, ativo, que representa as propriedades de combustão e muitos estudiosos, homens com certeza, dizem que é o princípio masculino! Será que é por causarem corrosão nos metais? O mercúrio é o princípio passivo, inerte, os tais  estudiosos o chamam de princípio feminino, tenho certeza que é por ser volátil, e não ser dominado pelo enxofre, o masculino! Ambos, combinados, formam o que os alquimistas descrevem como o "coito do Rei e da Rainha". Grande descoberta, não é?
Autoclave

Na minha alquimia usei muita terra, na qual juntei água e despejei a mistura numa autoclave, que aqueci com fogo. Depois de dois dias apaguei o fogo e quando o termômetro registrou a temperatura zero, abri a autoclave. Foram três dias nesse processo inicial. Em separado peguei trinta quilos de enxofre, sabe como é, nesses elementos tem muitos que não são eficientes, então sempre é bom ter um excesso. Pesei dez quilos de mercúrio, uni os dois num casamento perfeito onde os átomos de mercúrio escolheram os que avaliaram serem os melhores de enxofre, e numa composição equilibrada na base de 1/1, uniram-se resultando moléculas perfeitas e todas temperadas com muito sal. Deixei-as por uma noite ao relento recebendo orvalho, onde mercurio e enxofre namoraram ao luar. Nessa preparação usei mais um dia. A última etapa da minha alquimia foi juntar essas moléculas à mistura da autoclave, fechar e aquecer ao fogo e com tempo para ser aberta ao final do sexto dia de preparação. Enquanto esperei, mentalizei pensamentos positivos, imaginei o sucesso do resultado que obteria, me vi sendo ovacionada e amada por muitos...

Agora vou abrir a autoclave e admirar minha alquimia, sei que você vai aplaudir, acredito que consegui criar um dia de sábado para vivermos amanhã, sendo hoje um domingo!

 Alguma coisa saiu errada!

Você me desculpa?

Criei uma Segunda-Feira! 

Que pelo menos, para você, ela seja feliz!




Um comentário:

  1. O final é ótimo. Quebra tudo, depois de tanta viagem poética em busca da perfeição harmônica. E assim caminhamos nós, meros mortais, nessa eterna busca do inatingível... Beijos.

    Márcia Borbo

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