Historinha para domingo
Permite que me sente ao seu lado?
Perguntei ao homem que, sentado num banco da praça lia aproveitando a claridade
do sol dominical. Apresentei-me a ele, contei estar ali a trabalho e que queria
conhecer a vida das pessoas que habitavam a cidade. Cada local tem seus
costumes, suas maneiras de viver os dias. O homem em resposta apresentou-se:
não sou culto, nem sou sábio e completou:
_ Sou simplesmente, um homem insensato.
_ Por que insensato? Perguntei-lhe.
_ Dizem que sou e acredito ser. Respondeu
sorrindo, o homem.
Um alguém próximo ouviu minha curiosidade e me
disse:
_ Ele trabalha na mesma empresa que eu.
_ Quer dizer que ele se sustenta com seu
trabalho? Então não é um sem razão! Respondi ao alguém.
_ Seus atos é que justificam a fama de
insensato. Na empresa, todos os serviços mais trabalhosos e desgastantes,
passam para ele que os executa sem nenhum sinal de aborrecimento. Sempre
sorrindo, mesmo quando outros se esforçam em contrariá-lo tentando mudar seu
semblante feliz. Se o ignoram ele nem percebe, se fazem zombarias também.
Parece que não ouve, ou não enxerga, ou não entende.
Uma jovem mulher se aproxima do insensato, ele
levanta-se e a cinge pela cintura, amorosamente, ela sorri ao seu sorriso.
Vira-se para mim e diz:
_ Essa é minha mulher.
Ela me cumprimenta com um leve meneio de
cabeça e sorriso simpático. O homem insensato me diz sorrindo:
_ Desejo que sua estadia aqui seja proveitosa.
Acena em despedida para o alguém.
_ Ele é casado? Pergunto ao alguém.
_ Sim, com uma insensata como ele e vivem
abraçados e sorrindo.
Despeço-me do alguém e vou caminhar pela praça
pensando no homem insensato, depois de algumas voltas conclui para mim mesma:
“Queria também ser uma insensata!”.
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“Se alguém entre vós se tem em conta
de sábio neste mundo, que se faça insensato, para tornar-se sábio.” Coríntios 2,12,3-18
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