domingo, 6 de janeiro de 2013

NUNCA PENSEI...



Conheci André e Marta na viagem que fiz nas minhas últimas férias. Quando cheguei à pousada onde me hospedaria, encontrei-os na recepção terminando de preencher a ficha de hospedagem, e enquanto esperava ser atendida, Marta e eu conversamos. Achei-a simpática, gostei de nossa conversa e acho que também a agradei. André assim que terminou juntou-se a nós e me acompanharam, aguardaram que resolvesse minha hospedagem, e sugeriram ficarmos em quartos próximos.

Foram dias descontraídos e eles, ótimos companheiros de passeios, alegres, casados com dois filhos adolescentes e viajando também em férias, sozinhos pela primeira vez desde a lua de mel. Talvez nem mais soubessem estar somente um com o outro. Quando nos despedimos trocamos os endereços e números de telefones com a promessa que voltaríamos a nos encontrar.

Passei esse final de semana na chácara do André e da Marta. Desde que voltamos das férias, somente conversamos por telefone. Aceitei o convite deles feliz, pois queria revê-los, e imaginei que seriam dias alegres. Fui à noite de sexta-feira. Quando cheguei outro casal de amigos deles e um amigo do André já estavam lá. Abraços, sorrisos, apresentações, conversas, lareira, música, queijos e vinho, tudo foi festa.

Os dias foram também festivos, sol e piscina, conversas e brincadeiras, aperitivos... até que, no domingo, o amigo do André se colocou como meu par. Assim, por livre e espontânea vontade, ignorando frontalmente minhas escapadas discretas. Percebi que os dois casais passaram a nos deixar só.

“Isso é um complô”, pensei meio irritada, “será que imaginam que não tenho capacidades para ter um par se quiser?”.

Até então tinha conversado e brincado com todos inclusive com ele e nem tinha prestado muita atenção no cara. Mas ao me deixarem sós com ele e, mal humorada com a situação me fiz pouco falante, somente ele falava e acho que se esforçava para me agradar, ou me atrair. Se foi essa sua intenção e a dos demais, erraram muito.

Como me interessar por um homem que por mais de uma hora falou de marcas? Marca de seu carro, de seu televisor de plasma, de seu home teather, seus relógios e canetas, sim mais que um, seu som e seus perfumes, de suas camisas, suas gravatas e ternos e até das cuecas!

Fugi dele o mais que pude, fiz caretas para a Marta e para o André, eles ou não entenderam ou fingiram não entender. Fui a primeira a me despedir, queria sair dali o mais rápido possível chegar em casa e esperar pela segunda-feira. Nunca estive num domingo ansiando pela segunda-feira!

Acabei de acordar e depois de conferir que estou mesmo na minha cama, respirei aliviada e saudei o dia:

_ Salve segunda-feira, faça com que me esqueça do domingo perdido com o chato das marcas! 
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Que tua segunda-feira seja sem chatices!



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