Conheci André e Marta na viagem que fiz nas
minhas últimas férias. Quando cheguei à pousada onde me hospedaria,
encontrei-os na recepção terminando de preencher a ficha de hospedagem, e
enquanto esperava ser atendida, Marta e eu conversamos. Achei-a simpática,
gostei de nossa conversa e acho que também a agradei. André assim que terminou
juntou-se a nós e me acompanharam, aguardaram que resolvesse minha
hospedagem, e sugeriram ficarmos em quartos próximos.
Foram dias descontraídos e eles, ótimos
companheiros de passeios, alegres, casados com dois filhos adolescentes e
viajando também em férias, sozinhos pela primeira vez desde a lua de mel.
Talvez nem mais soubessem estar somente um com o outro. Quando nos despedimos
trocamos os endereços e números de telefones com a promessa que voltaríamos a
nos encontrar.
Passei esse final de semana na chácara do
André e da Marta. Desde que voltamos das férias, somente conversamos por
telefone. Aceitei o convite deles feliz, pois queria revê-los, e imaginei que
seriam dias alegres. Fui à noite de sexta-feira. Quando cheguei outro casal de
amigos deles e um amigo do André já estavam lá. Abraços, sorrisos,
apresentações, conversas, lareira, música, queijos e vinho, tudo foi festa.
Os dias foram também festivos, sol e
piscina, conversas e brincadeiras, aperitivos... até que, no domingo, o amigo
do André se colocou como meu par. Assim, por livre e espontânea vontade,
ignorando frontalmente minhas escapadas discretas. Percebi que os dois casais
passaram a nos deixar só.
“Isso é um complô”, pensei meio irritada,
“será que imaginam que não tenho capacidades para ter um par se quiser?”.
Até então tinha conversado e brincado com
todos inclusive com ele e nem tinha prestado muita atenção no cara. Mas ao me
deixarem sós com ele e, mal humorada com a situação me fiz pouco falante,
somente ele falava e acho que se esforçava para me agradar, ou me atrair. Se
foi essa sua intenção e a dos demais, erraram muito.
Como me interessar por um homem que por mais
de uma hora falou de marcas? Marca de seu carro, de seu televisor de plasma, de
seu home teather, seus relógios e canetas, sim mais que um,
seu som e seus perfumes, de suas camisas, suas gravatas e ternos e até das
cuecas!
Fugi dele o mais que pude, fiz caretas para a
Marta e para o André, eles ou não entenderam ou fingiram não entender. Fui a
primeira a me despedir, queria sair dali o mais rápido possível chegar em casa
e esperar pela segunda-feira. Nunca estive num domingo ansiando pela
segunda-feira!
Acabei de acordar e depois de conferir que
estou mesmo na minha cama, respirei aliviada e saudei o dia:
_ Salve segunda-feira, faça com que me esqueça
do domingo perdido com o chato das marcas!
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Que tua segunda-feira
seja sem chatices!
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