Sou dependente da desobediência. Muitas vezes me prometi deixar
de ser desobediente ou pelo menos aprender a mentir para esconder minha
facilidade em desobedecer. Ele até que tem paciência comigo, porém sempre
desconfia que esteja mentindo, faz perguntas na tentativa de se convencer que
seguirei suas ordens integralmente. Respondo prontamente confirmando que farei
como ele quer, e na verdade até acredito em mim e fico convencida que vencerei
a tendência a desobedecer.
Fico firme na promessa por umas horas, às vezes consigo seguir
na linha que ele quer até por alguns dias, mas logo ela chega sussurrando no
meu ouvido. Entro em debates com ela, mostro meu sentir, ela me mostra a
tristeza...
Aí já não seguro mais e, desobedeço.
Aquele propósito firme que havia feito se liquefaz, escorre e se
esvazia. Meu ego sente-se traído, mas minha consciência se regozija e o nocauteia
e lá vou eu admitir meu erro, em outra desobediência, explicar minha falha e
pedir desculpas...
E sofrer.
Assumo minha culpa, meu “pavio curto” num momento onde meu ego
sentiu-se machucado, talvez até desprezado, no sentir da vaidade de um ego
presunçoso que a consciência me descortina totalmente. Mas ele continua em
prontidão e me diz que a quem dirigi meus desgostos, não entendeu minha
confissão de culpa, e ainda cochicha em meus pensamentos que sou boba e lesada.
Prefiro ouvir os conselhos conscientes da outra, aceitar
pacificamente o desagravo, e deixar o tempo provar minha contrição...
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