quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Ortodoxia, um livro que faz pensar


O significado dessa palavra é: Qualidade do que é ortodoxo. E ortodoxo é quem não se adapta ou admite o novo. Aquele que acompanha de maneira rigorosa quaisquer normas e/ou regras já estabelecidas.

Desde já afirmo que não sou um ser ortodoxo, apesar de que concordo e aceito as leis e preceitos da religião que professo. Fora dela, mudo e transmudo e me adapto às novas ideias e costumes, desde que analisados e aceitos pela minha razão e minha emoção. 
Ortodoxia é o nome de um livro que estou lendo aos poucos, lentamente como que degustando, meditando as ideias contidas em suas páginas, umas até deixo assinaladas e retorno depois. Descobri esse livro por ver citações contidas nele em algumas crônicas de autores que respeito, instigou minha curiosidade e o adquiri.

Tem vezes que ele me agride com suas ideias, assinalo a agressora e resolvo, não deixo meus olhos verem o livro até a assimilar bem. A primeira que destaquei, logo no início da leitura, foi essa, mas não é agressiva e sim estimulante:

Precisamos nos sentir felizes nessa terra deslumbrante sem nunca nos sentir meramente confortáveis

Concluí que o autor quer dizer que ser feliz não é não viver o novo, mesmo que isso nos traga decepção ou algum sofrer.

Essa é forte:

“Os homens que realmente acreditam em si mesmos estão todos em asilos de lunáticos”

E cita como exemplos, Napoleão e Cesar, e sabemos pela História e até pelas vivências que isso é verdade. Fujo de pessoas que se mostram “donas da verdade”, inflexíveis em seu modo de agir e de ver a vida, aquelas que num dia fez assim ou sentiu isso e concluiu ter acertado e o assim e o isso continuam sine die, não importam as circunstâncias diferentes.

Conta o autor desse livro, que alguém lhe perguntou:

“Bem, se um homem não acredita em si mesmo, em quem acreditar?”

Sua resposta foi essa:

“Vou para casa escrever um livro”

E “Ortodoxia” é esse livro.

Com essas ideias levei como que um soco no estomago:

O homem feliz é o que faz coisas inúteis; o homem doente não dispõe de força suficiente para ficar sem fazer nada.”

“O louco é um homem que perdeu tudo, exceto a razão.”

“Muito mais ampla seria sua vida se o seu eu pudesse tornar-se menor dentro dela”

Depois de um tempo, interpretei que segundo o autor, o exercício da imaginação, do lúdico, até da fantasia, o olhar para outros com curiosidade e prazer e assim, unir a imaginação à razão para ser feliz, e o pensamento dele tornou-se como uma carícia...

Colhi esses pensamentos do autor no primeiro capítulo do livro: O Maníaco.

O próximo capítulo é o “O suicídio do pensamento”

Em seu início o autor mostra seu entender da humildade que é interpretada como a negação à arrogância e todos os desejos de ter do ser humano, que sempre amplia a procura por novos prazeres ou pertences materiais e com isso, ele conclui que perde o prazer da surpresa. E ele acredita que para ampliar seu mundo, o homem precisa constantemente diminuir a si mesmo, está é sua visão de humildade.

A antiga humildade fazia o homem duvidar de seus esforços e o levava a trabalhar com mais afinco. Mas a nova humildade faz o homem duvidar de seus objetivos, e isso o fará parar de trabalhar pura e simplesmente

E o trabalho se tornará um fardo...

E a acomodação mental produzirá mentes modestas...

Sobre os ditos sábios que não conseguem ver repostas para o enigma da religião o autor conclui que:

Não é que eles não consigam ver a resposta; é que eles não conseguem sequer ver o enigma.”

Ainda nesse capítulo é abordado o tema vontade, pois ela nasce no pensamento e ela significa o que almejamos ter, ou conquistar o que amamos e nos impele a buscar sua realização.

“...pois a vontade não é apenas a escolha de alguma coisa, mas também a rejeição de quase tudo

Desconfio que terei assuntos para outros textos através da obra da mente arguta, sutil e envolvente de Gilbert Keith Chesterton.


Obra: Ortodoxia- G. K. Chesterton, editora MC (Mundo Cristão)




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