O significado
dessa palavra é: Qualidade do que é
ortodoxo. E ortodoxo é quem não se adapta ou admite o novo. Aquele que
acompanha de maneira rigorosa quaisquer normas e/ou regras já estabelecidas.
Desde já afirmo que não sou um ser ortodoxo, apesar de que concordo
e aceito as leis e preceitos da religião que professo. Fora dela, mudo e
transmudo e me adapto às novas ideias e costumes, desde que analisados e aceitos
pela minha razão e minha emoção.
Ortodoxia é o nome de um livro que estou lendo aos poucos, lentamente
como que degustando, meditando as ideias contidas em suas páginas, umas até
deixo assinaladas e retorno depois. Descobri esse livro por ver citações
contidas nele em algumas crônicas de autores que respeito, instigou minha
curiosidade e o adquiri.
Tem vezes que ele me agride com suas ideias, assinalo a
agressora e resolvo, não deixo meus olhos verem o livro até a assimilar bem. A
primeira que destaquei, logo no início da leitura, foi essa, mas não é
agressiva e sim estimulante:
“Precisamos nos sentir
felizes nessa terra deslumbrante sem nunca nos sentir meramente confortáveis”
Concluí que o autor quer dizer que ser feliz não é não viver
o novo, mesmo que isso nos traga decepção ou algum sofrer.
Essa é forte:
“Os
homens que realmente acreditam em si mesmos estão todos em asilos de lunáticos”
E cita como exemplos, Napoleão e Cesar, e sabemos pela
História e até pelas vivências que isso é verdade. Fujo de pessoas que se
mostram “donas da verdade”, inflexíveis em seu modo de agir e de ver a vida,
aquelas que num dia fez assim ou sentiu isso e concluiu ter acertado e o assim
e o isso continuam sine die, não
importam as circunstâncias diferentes.
Conta o autor desse livro, que alguém lhe perguntou:
“Bem, se
um homem não acredita em si mesmo, em quem acreditar?”
Sua resposta foi essa:
“Vou para
casa escrever um livro”
E “Ortodoxia” é esse livro.
Com essas ideias levei como que um soco no estomago:
“O homem feliz é o que
faz coisas inúteis; o homem doente não dispõe de força suficiente para ficar
sem fazer nada.”
“O louco
é um homem que perdeu tudo, exceto a razão.”
“Muito
mais ampla seria sua vida se o seu eu pudesse tornar-se menor dentro dela”
Depois de um tempo, interpretei que segundo o autor, o
exercício da imaginação, do lúdico, até da fantasia, o olhar para outros com
curiosidade e prazer e assim, unir a imaginação à razão para ser feliz, e o
pensamento dele tornou-se como uma carícia...
Colhi esses pensamentos do autor no primeiro capítulo do
livro: O Maníaco.
O próximo capítulo é o “O suicídio do pensamento”
Em seu início o autor mostra seu entender da humildade que é interpretada como a negação à arrogância e todos os desejos de ter do ser humano,
que sempre amplia a procura por novos prazeres ou pertences materiais e com isso,
ele conclui que perde o prazer da surpresa. E ele acredita que para ampliar seu
mundo, o homem precisa constantemente diminuir a si mesmo, está é sua visão de
humildade.
“A antiga humildade
fazia o homem duvidar de seus esforços e o levava a trabalhar com mais afinco.
Mas a nova humildade faz o homem duvidar de seus objetivos, e isso o fará parar
de trabalhar pura e simplesmente”
E o trabalho se tornará um fardo...
E a acomodação mental produzirá mentes modestas...
Sobre os ditos sábios que não conseguem ver repostas para o
enigma da religião o autor conclui que:
“Não é que eles não
consigam ver a resposta; é que eles não conseguem sequer ver o enigma.”
Ainda nesse capítulo é abordado o tema vontade, pois ela nasce
no pensamento e ela significa o que almejamos ter, ou conquistar o que amamos e
nos impele a buscar sua realização.
“...pois
a vontade não é apenas a escolha de alguma coisa, mas também a rejeição de
quase tudo”
Desconfio que terei assuntos para outros textos através da
obra da mente arguta, sutil e envolvente de Gilbert Keith Chesterton.
Obra: Ortodoxia- G. K. Chesterton, editora MC
(Mundo Cristão)
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