quarta-feira, 9 de abril de 2014

A desenhar...



O traçado do perfil não é o mais importante e nem ativa a imaginação dela. Qualquer perfil existente na natureza pode ser humano, animal, vegetal ou mineral. É somente um perfil onde o que importa é a proporção, a perspectiva, o ambiente. Depois do traçado inicial começa seu delírio em cores ou preto e branco.

Pura magia de viagens ao desconhecido.

Embrenha-se por florestas, sente o espírito da natureza que habita seu meio. Nos verdes o aroma da clorofila parece exalar do papel, papel que um dia foi da floresta. A dureza das pedras e o brilho do sol nelas refletidos e criados por suas mãos. O pôr do sol a fascina com suas sombras projetadas na planície, cria tons de cores diversas, descobre zonas sem luz, escuros. Nas flores é a beleza a dona de suas emoções, as inventa em mil e uma cores e formas, ditadas pelos sentimentos do momento. De repente é uma formiga que caminha por entre folhas secas, vence desafios, enfrenta perigos, briga pela sobrevivência a procura de alimentos que saciem a fome do espírito.

Mas é na figura humana que se aprofunda em viagens a si mesma. Nelas transfere seus sentimentos, investiga sua alma. Um gesto desenhado é revelador de uma ação e até de suas emoções e também, o delinear expressivo da boca é um dos detalhes que usa para dizer o que lhe vai na alma, mas os olhos... Ah, os olhos, o olhar. Eles são as palavras de seu inconsciente inscritas no desenho.

Ela desenha sua vida, como a quer, ou como a sente, ou como a mostra.



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