segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Amar e amor



Duas palavras queridas por todos. E por muitos banalizadas em usos corriqueiros para dar ênfase a um querer qualquer.

Quantas vezes falei, amo isso, ou aquilo, ou ele, ou ela... E nessas, quase todas, às vezes quis demonstrar uma apreciação, ou simpatia, ou aprovação, ou um agradável visual, ou um som, ou um toque, ou  um sabor, ou um prazer. Sensorial simplesmente.

Hoje pensei no amor e no amar, duas palavras distintas, uma é substantivo abstrato, outra é verbo. Substantivo é abstrato quando se refere a algo imaginário, sentimental, que não pode ser tocado nem se pode formar uma imagem representativa. Verbo expressa uma ação, um estado ou um fenômeno.

Não se apresse em parar a leitura de minhas sensações amorosas, imaginando que vou ensinar gramática. Mesmo porque sou fraca nisso, dela sei somente conjugar os tempos verbais, classificar substantivos, identificar verbos, adjetivos e gênero e número dos vocábulos. Minha sorte é ter na memória quase todas as palavras que um dia li ou ouvi e, com isso, coloco em palavras minhas emoções. Mas de amor e de amar entendo.

Amor repetem os poetas, é eterno enquanto existe. Falam na ação de amar e não no sentir amor. Sim, pois uma ação não é perene, nem nas máquinas ela é, pois se estragam pelo uso e depois de várias manutenções, acabam. Correr, quem corre interruptamente? Comer, viajar, sentar, bater, pintar, habitar... Todas as ações são momentâneas, temporais ou até sazonais. Algumas de poucos momentos, outras de mais, que podem se transformar em horas, ou em dias ou até em anos, mas sempre findam.

Amar é uma ação, e em coração que deixou de amar não dá para fazer conserto, talvez manutenções, mas para isso tem que ter o amor presente. Amor é a energia que nos rodeia, é o elo que nos prende à vida! O amar exige troca. Amamos o que nos oferece algum prazer ou alguma vantagem, ou simplesmente companhia.

O amor nada pede e sim, oferece, presenteia. Amor que doa alegria, que ensina a paciência, a humildade, a solidariedade e a compaixão; que despede a inveja, o ódio, a injustiça, a falsidade e a indiferença. Amor é o que nos faz ativar a ação de amar. 

Sentir amor pela vida, por tudo nela contido, no belo e no feio, no agradável e no desagradável. Amor pela natureza, por tudo que nela existe e por todos que nela vivem, sem distinção ou prévio desamor. Como o olhar infantil com sua inocência e alegria.

É fácil? Não, mas amor se aprende na pratica pelos dias, num cai e levanta constante, com vontade e determinação. Amor enfeita, sustenta e alimenta a vida gerando felicidade. Amar é Sentir Amor, como bem disse Fernando Pessoa:

 “Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.”


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