quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Se escrever uma história de amor...




O início seria um cruzar de olhares, daqueles que o cruzar se repete quase que instantaneamente e nesse retorno descortina interesses, convida à aproximação. Ela acontece, envolta em revelações, encantamento, desejo aflorando, volúpia, toques.

Vou materializar o enredo: Imagino assim, um lago lindo e plácido gerado ao primeiro olhar, onde eles atiram uma pedra bem no meio e o impacto dela na água gera ondas que se propagam em rumo a um único plano, o plano do amor.

O decorrer inicial é a vivência do sonho que sonharam antes, risos, parceria, prazer pela companhia mesmo numa ida ao supermercado, ou à loja de motos, ou ao shopping. Aceitação com renúncias espontâneas, mãos que se tocam constantemente parecendo temerem a separação, braços que abraçam, dois em um. Um lago plácido que recebe as pedras e cria ondas...

As ondas bidimensionais às vezes enfraquecem a propagação, o lago aos poucos retorna à placidez. Lançam outra pedra, novas ondas... Calmaria interrompida por ventania gera turbulências na superfície do lago. Águas em descanso, nova pedra a atinge, sossego, vento, pedra...

E o final?


Nas poucas historinhas de amor que escrevi os finais nunca foram como a maioria dos leitores apreciadores desse tema esperam. Ou mando um pra cada lado, ou os deixo em solidão acompanhada, ou então felicidade de aparência pela covardia de assumir o lago seco.


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