Ela brinca com o aro da aliança, a faz rolar pela mesa ou rodopiar em torno de um eixo imaginário gerando uma esfera dourada.
Aliança de casamento, dentro gravado o nome dele e a data que aconteceu o sim oficial. O olhar fixo modifica as formas que se desenham pelos movimentos. O pensamento nas lembranças passadas e nas de hoje.
A aliança rodando vence o espaço até perder o impulso e tombar sobre a mesa. Antes do sim oficial, outros sim’s aconteceram sem aliança, que não viveu esses dias, não percorreu esses espaços, não tombou neles.
A cada queda da aliança ela a incentiva com novo impulso que novamente a leva percorrer outro espaço, ou rodopiar numa área restrita. Como ela rodopia em alguns dias sentindo-se no centro da esfera gerada pelos movimentos e presa ao seu eixo. Eixo fálico, a natureza e a continuidade. Ele, ela e a aliança.
Agora ela tem a aliança presa entre os dedos. Movimenta-a e observa.
Onde é o início e onde está o fim dela? Existe um fim numa aliança? Tem que haver, tudo tem início e fim, a vida, o amor, um relacionamento, somente na aliança não acontece um fim? Como se desfaz uma aliança para se chegar ao seu fim? Talvez seja o ponto onde termina seu nome gravado. Ou ali é o início, ou o fim do início, ou o início do fim?
Que todo fim possa ser um início...
Todo inicio tem uma fim, Admirada Hilda!
ResponderExcluirQue não passou ainda, que tenha muito cuidado.
Amo as visitas semanais a esta casa de cultura e excelentes leituras!
Belo feriado com afagos do RS
Borto