Contando conto ambientado
nos princípios da geometria espacial
Um triângulo é formado por três pontos distintos e que não estejam numa
mesma reta. Esses três pontos, unidos dois a dois determinam retas que se
prolongam nos dois sentidos em direções ao infinito...
Infinito... como será o infinito? Conhecemos bem o finito, os
fins que nos deparamos pela vida.
O amor, dizem os apaixonados, é infinito, sem medida e sem peso. É
linear, é uma reta determinada pelos corações amantes que a criam. Mas no
universo existem muitos pontos fora dessa reta apaixonante, que geram outras
retas e essas encontram outras retas em seus pontos comuns e se cruzam e
determinam triângulos e outras figuras geométricas.
Uma reta apaixonante foi determinada por Diogo e Iara para se fortalecer
e se desenvolver em direção ao infinito, única, encontrando retas transversais
pelo caminho. Por um tempo foi uma reta harmônica, viajando num feixe de retas
paralelas, tranquilas como as águas de um lago. Um dia Flora reluziu em sua
reta paralela à reta de Diogo e Iara e o brilho dela chegou aos olhos dos
dois. E retas surgiram. A determinada por Flora e Diogo, uma reta
sedutora de intensa sensualidade e a que Flora e Iara criaram foi de amizade e
de interesse. A amizade doada por Iara e o interesse por Flora.
E assim nasceu um triângulo amoroso e no espaço interno determinado por
seus lados, os sentimentos se misturaram e interferiram na razão de seus
vértices. Diogo não mais sabia a quem amava. Iara distanciou-se de Diogo pela
fraqueza que ele demonstrou. Flora pouco se importava com o sofrimento de Iara
e na verdade, seu egoísmo até o escondia. E por algum tempo Flora foi dona do
espaço, movimentando-se por ele sempre atenta para que a reta de Diogo e Iara
não abandonasse seu ponto pessoal destruindo o triângulo, pois ela precisava de
Iara para manter Diogo no triângulo. Flora usou de todos seus encantos, de sua
sensualidade, de sua sexualidade liberada e também de falsidade. Iara
recolheu-se ao seu ponto no vértice dela, deixou o espaço triangular para Diogo
e Flora. E Iara sofreu calada assistindo a dança copular dos dois pelo espaço
livre.
O erro de Flora aconteceu quando ela quis determinar uma reta
apaixonante com Diogo. Iara rompeu o ligamento de amizade entre seu ponto e o
de Flora, desfez a reta apaixonante com Diogo transformando-a em amigável, ou
fingindo ser assim e foi conquistando o espaço triangular, tornou-se a rainha
dele.
A determinação de Iara mostrou ao Diogo todo amor dela por ele. Não foi
preciso palavras, nem beijos. Bastaram os olhares, os sorrisos os toques e
carinhos românticos e verdadeiros. Bailaram embalados pela paixão numa música
somente ouvida por eles e assistida por uma Flora enciumada e rejeitada que em
fúria, destruiu as retas traçadas com Diogo e com Iara. Foi o fim do triângulo
e a reta apaixonante de Diogo e Iara retornou seu caminho suave, no feixe
de paralelas, em direção ao infinito do amor.
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Desculpe meu
leitor, mas fazia tempo que não viajava pelos elementos matemáticos e hoje fui
por eles intimada a colocá-los na minha escrita. Até fui chantageada com a
afirmação de que se continuasse ignorando-os, toda matemática que conheço
abandonaria minha mente... Já pensou? Anos de estudos partindo?
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