terça-feira, 26 de junho de 2012

BAILE DE MÁSCARAS


Artur e Rita decidiram comemorar o aniversário de dez anos de casamento com um cruzeiro, onde festejariam também os dias de carnaval. Preparam-se para a viagem com romantismo, planos de se amarem ao balançar do navio e se encontrassem um lugar no convés, sob a luz das estrelas e com a brisa vinda do mar.

O roteiro definido e as atividades catalogadas, entre elas, o baile de fantasia e máscara na terça-feira de carnaval. Combinaram que um não saberia a fantasia do outro. Embarcaram dois dias antes do carnaval. Foram dias de sol e alegria, de gente bonita e feliz ao redor, com o serviço a bordo mais que agradável que fizeram com que, Artur e Rita se descobrissem outros, outros e felizes e apaixonados.

Na noite do baile à fantasia, combinaram não se verem fantasiados e que, Artur se vestiria primeiro e depois ela. Rita ficou pelos salões do navio, pelo convés contando estrelas, enquanto Artur se fantasiava. No horário combinado ela foi para a cabine, seria sua vez de fantasiar-se.

Quando Rita chegou ao salão do baile com maquiagem ousada e muito diferente da que usa normalmente, muito passageiros já estavam lá com suas fantasias e máscaras. Rita estava ansiosa para descobrir Artur entre eles, vasculhando com o olhar os participantes, quando ouviu a voz conhecida dizer:

_ Aceita essa taça de vinho, linda feiticeira?

_ Obrigada, Rita responde.

Depois de outros elogios, ele convidou-a a dançar. Rita resolveu fazer o jogo dele, trata-lo com um desconhecido. Fez-se sedutora, sorrisos enigmáticos, vislumbres de promessas, nem ela se reconhecia nos jeitos e trejeitos e na sensualidade que ousava.

Artur fez sua contraparte no jogo, um perfeito sedutor, olhares através da máscara exclusivos para ela, apertava-a contra seu peito na dança, sua mão deslizava em suas costas, até onde alcançava, e ela às vezes o afastava delicadamente, fitando seus olhos de modo provocante. Depois de outras taças de vinho e algumas danças, Artur a levou para fora do salão, até o convés vazio e ali amaram-se.

Debruçados na grade do convés, abraçados olhando a lua refletida no mar, aos poucos suas razões retornam ao normal. Depois de uns minutos Artur diz:

_ Foi uma sensação incrível amar você, nunca esquecerei! Mas me desculpe, preciso encontrar minha mulher que deve estar me procurando. Beijou-a na testa e entrou no salão.

Rita nem sabe quanto tempo ficou ali, pode ter sido um minuto ou horas. Dirigiu-se à cabine, tirou a fantasia, vestiu-se e foi andar pelas dependências do navio. Quando já amanhecia foi para cabine e encontrou Artur banhado, de pijama e preocupado com seu sumiço. Rita não falou sobre o acontecido, ele também não.

Nos dias que ainda ficou no navio, Artur procurou disfarçadamente, pela feiticeira e ao descer do navio levava o coração triste, junto com uma Rita decepcionada e decidida a acabar com o casamento.

Como aceitar que ela mesma foi a outra?  

Artur concordou com a separação, queria a liberdade para procurar a feiticeira, daria um jeito de ver a lista de passageiros, contrataria detetive, precisava encontrar a mulher que o enfeitiçou...


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Revele que esteve aqui!