Solidão é o
ato de estar só ou é sentimento de ser só?
Talvez eu seja
uma das poucas pessoas que goste da solidão. Daquela solidão onde estou comigo
mesma, onde me escuto e me respondo, onde me aprovo ou me odeio. Posso também
me amar em cuidados, ou me ignorar com trabalhos agradáveis ou necessários.
Soltar a imaginação em aventuras loucas. Dançar pela sala ao som da música
preferida ou ler em perfeito silêncio. Preparar uma bandeja enfeitada com
toalhinha bordada, flores num vazo pequeno, e um lanche de minha preferência. E
o que dizer da liberdade em assistir o filme que quiser? Ou de caminhar no
ritmo que seu corpo prefere, observando tudo ao seu redor, sem distrair-se com
conversas? Uma das coisas que mais gosto é sentar-me à mesa de um restaurante,
ou mesmo uma lanchonete, escolher no cardápio o que quero e ficar observando o
movimento de outras pessoas, a maioria devidamente acompanhada. Solidão de
estar só para mim, é sinônimo de liberdade, nunca de abandono.
Ser solitária acompanhada,
essa é a verdadeira solidão! Você ter companhia e ao mesmo tempo saber que está
só, que nem pode conversar consigo mesma em sossego, ou ter a liberdade de
escolhas e ao mesmo tempo, não ter com quem dividir sonhos, realizações ou
planos. Não ser importante para a companhia presente de corpo e ausente de
espírito. É com essa solidão que se aprende e valoriza o “estar só”.
O psiquiatra e
psicoterapeuta Flávio Gikovate afirma que, quem convive bem com essa
incompletude está mais apto a relacionamentos saudáveis. "Quem suporta
ficar bem sozinho estabelece melhores vínculos afetivos. São aqueles para quem,
realmente, estar sozinho é sempre melhor do que estar mal acompanhado".
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