BALANCETE

Vivi dias esplendorosos, outros contraditórios, outros monótonos, outros tristes e que já apaguei...

Quais foram os radiantes? Naqueles em que amei, nos que conquistei algum objetivo, ou enfrentei desafios, ou assisti coisas acontecerem que me agradaram, também nos que fui útil a alguém, nos que o sonho se tornou real, mas tenho certeza que os mais prazerosos foram nos que realizei loucuras desejadas e saudáveis, aquelas que no caso de insucesso só eu fui prejudicada.

Somente agora concluo isso, as loucuras foram o que fiz de mais agradável até aqui! Loucuras simples como me entupir de sorvete numa tarde de verão, ou aquele pilequinho que me levou a rir muito e depois acordar com a cabeça latejando, ou sair de casa para ir ao cinema e resolver subir a serra até São Paulo encontrar com a Dede que me telefonou no caminho pro cinema, ou me empolgar com um livro e só notar o horário quando o dia começou a clarear, verdade que viver aquele dia foi um sofrimento.

E me entregar a paixões, quer loucura melhor que essa? Ficar cega e acreditar ter finalmente encontrado sua outra metade, mesmo sabendo que ela não existe, o que é bom saber, porque assim que aquela que parecia ser e não era, se vai, saio a procura de novo e sei que continuarei procurando pois ela não existe mesmo, mas a ilusão passageira é deliciosa, compensa a realidade quando é mostrada.

Loucuras como deixar a imaginação solta e viver sonhos vividos ou sonhados, integrar uma com outro até confundir a realidade, pois minha realidade eu que a construo e posso sim ter uma realidade sonhada.

Loucura de escrever essas loucuras pra você.

Loucura maior, você as ler...