Já
tive esse medo. Nem uma receita de bolo eu tinha coragem para escrever.
Bilhetes e recados muito menos, ia pessoalmente à quem queria me comunicar.
Até ser convidada a trabalhar numa Secretaria da Administração do meu
município. Foi um convite por interesse político, aquelas “costuras” que
políticos fracos fazem. Interessava ao Secretário ter algum laço comigo pelo
que eu poderia representar politicamente para ele. Aceitei o desafio, mas já
com o alerta ligado, não admito ser usada ainda mais de forma disfarçada.
Decorrido um mês já tinha observado muitos fatos que não considerei corretos. Outros
também não aceitaram e o Ministério Público foi acionado. A imprensa local
divulgando e numa das divulgações vejo meu nome incluído nos maus feitos e sem causas
ou provas. A indignação que me atingiu foi muita e resolvi que iria ao jornal
que me inseriu nos fatos exigir retratação. O cargo na Secretaria entreguei no
mesmo dia. Fui aconselhada a levar por escrito minhas declarações ao Jornal que
divulgou meu nome.
Foi
meu primeiro texto e escrito no papel! A indignação era tanta que esqueci o medo
de escrever. E com o documento redigido em mãos me dirigi à sede do jornal e
fui taxativa com quem me atendeu, que queria falar com o Editor Chefe. Depois
de uns minutos sou atendida pelo adjunto dele. Com firmeza, ditada pela revolta
que sentia, expliquei toda situação e entreguei meu escrito. Senti que ficou
preocupado, deve ter pensado: “esta louca vai complicar para nós” tal era minha
postura de cidadã ofendida. Ele ficou com minhas denúncias e explicações de
minha atuação no cargo e disse que iria conversar com o editor que no momento estava
ausente. No dia seguinte publicaram, na íntegra, o que eu havia escrito.
E
para minha surpresa, muitos familiares, amigos e conhecidos me perguntaram quem
havia escrito o texto para mim.
E
o medo de escrever fugiu!
E
a vontade de escrever surgiu!
Foi
quando percebi que basta ir digitando o que estou pensando, nada de elaborar
frases, nem procurar efeitos, só meus pensamentos, claro que depois de escrito
o texto dou uma ajeitada, mas só para enxugar ou melhor colocar a ideia que
desenvolvi. Fácil assim...
E
eu queria escrever... Fiquei sabendo de um concurso literário de contos cujas
inscrições estavam abertas. Pensei: é minha oportunidade de verificar se sei
escrever alguma coisa que preste. Criei um conto e fiquei com o terceiro lugar
no concurso... e nem pense você, que só haviam três concorrentes, ok? Apesar de
que, fiquei na dúvida dos jurados não terem entendido o que contei nele e, na
dúvida, me deram o terceiro prêmio. Outro dia publico esse conto aqui, pra você
avaliar.
Dai
pra frente, é assim que escrevo, transportando para o Word o que estou pensando,
o que estou sentindo. Se estou alegre o texto é assim também, se estou
reflexiva, sai um texto pra refletir, se a criatividade está em alta invento,
as vezes doideiras.
E
ideias, de onde tirar? Tenho algumas práticas, por exemplo se vejo uma folha de
papel voando, penso em tudo que voa e associo a eles as características dos
voadores mescladas com meus sentimentos, deixo como exemplo o texto já
publicados aqui: “O Menino e a Pipa”. Outro texto onde fiz associação de uma
coisa com meus sentimentos ou modo de ver a vida, ou com minhas vivências foi o
“Folha Seca”, este foi criado mesmo por ver muitas folhas secas pelas ruas.
Basta observar ao redor que ideias surgem...
Animou-se?
Tem vontade de escrever e falta coragem? Vamos lá. Comece a escrever o que está
sentindo e pensando, afinal você pensa e se entende com seu pensamento, logo
todos entenderão também. É somente disso que precisa, seu pensamento!
Sábio
Fernando Pessoa quando escreveu:
Tudo vale a pena quando a
alma não é pequena!
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