quarta-feira, 18 de julho de 2012

MEDO DE ESCREVER


Já tive esse medo. Nem uma receita de bolo eu tinha coragem para escrever. Bilhetes e recados muito menos, ia pessoalmente à quem queria me comunicar.

Até ser convidada a trabalhar numa Secretaria da Administração do meu município. Foi um convite por interesse político, aquelas “costuras” que políticos fracos fazem. Interessava ao Secretário ter algum laço comigo pelo que eu poderia representar politicamente para ele. Aceitei o desafio, mas já com o alerta ligado, não admito ser usada ainda mais de forma disfarçada. Decorrido um mês já tinha observado muitos fatos que não considerei corretos. Outros também não aceitaram e o Ministério Público foi acionado. A imprensa local divulgando e numa das divulgações vejo meu nome incluído nos maus feitos e sem causas ou provas. A indignação que me atingiu foi muita e resolvi que iria ao jornal que me inseriu nos fatos exigir retratação. O cargo na Secretaria entreguei no mesmo dia. Fui aconselhada a levar por escrito minhas declarações ao Jornal que divulgou meu nome. 

Foi meu primeiro texto e escrito no papel! A indignação era tanta que esqueci o medo de escrever. E com o documento redigido em mãos me dirigi à sede do jornal e fui taxativa com quem me atendeu, que queria falar com o Editor Chefe. Depois de uns minutos sou atendida pelo adjunto dele. Com firmeza, ditada pela revolta que sentia, expliquei toda situação e entreguei meu escrito. Senti que ficou preocupado, deve ter pensado: “esta louca vai complicar para nós” tal era minha postura de cidadã ofendida. Ele ficou com minhas denúncias e explicações de minha atuação no cargo e disse que iria conversar com o editor que no momento estava ausente. No dia seguinte publicaram, na íntegra, o que eu havia escrito.  

E para minha surpresa, muitos familiares, amigos e conhecidos me perguntaram quem havia escrito o texto para mim. 

E o medo de escrever fugiu!

E a vontade de escrever surgiu!

Foi quando percebi que basta ir digitando o que estou pensando, nada de elaborar frases, nem procurar efeitos, só meus pensamentos, claro que depois de escrito o texto dou uma ajeitada, mas só para enxugar ou melhor colocar a ideia que desenvolvi. Fácil assim...

E eu queria escrever... Fiquei sabendo de um concurso literário de contos cujas inscrições estavam abertas. Pensei: é minha oportunidade de verificar se sei escrever alguma coisa que preste. Criei um conto e fiquei com o terceiro lugar no concurso... e nem pense você, que só haviam três concorrentes, ok? Apesar de que, fiquei na dúvida dos jurados não terem entendido o que contei nele e, na dúvida, me deram o terceiro prêmio. Outro dia publico esse conto aqui, pra você avaliar.

Dai pra frente, é assim que escrevo, transportando para o Word o que estou pensando, o que estou sentindo. Se estou alegre o texto é assim também, se estou reflexiva, sai um texto pra refletir, se a criatividade está em alta invento, as vezes doideiras. 

E ideias, de onde tirar? Tenho algumas práticas, por exemplo se vejo uma folha de papel voando, penso em tudo que voa e associo a eles as características dos voadores mescladas com meus sentimentos, deixo como exemplo o texto já publicados aqui: “O Menino e a Pipa”. Outro texto onde fiz associação de uma coisa com meus sentimentos ou modo de ver a vida, ou com minhas vivências foi o “Folha Seca”, este foi criado mesmo por ver muitas folhas secas pelas ruas. Basta observar ao redor que ideias surgem...

Animou-se? Tem vontade de escrever e falta coragem? Vamos lá. Comece a escrever o que está sentindo e pensando, afinal você pensa e se entende com seu pensamento, logo todos entenderão também. É somente disso que precisa, seu pensamento!


Sábio Fernando Pessoa quando escreveu:
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!



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