quarta-feira, 18 de julho de 2012

TRÊS DESEJOS...



Ia por aí...
Passeando, sem preocupações, não que não tivesse, ah... isso tinha e muitas. De vários tipos desde a mais comum da maioria preocupada, a escassez de recursos e o excesso de compromissos, até a também comum, crise de relacionamento.

Mas ela preferia mesmo sentir o bem estar por viver o momento, pelo prazer de caminhar pela praça ajardinada e arborizada. O verde de vários tons, em contraste com a cor da terra a entretém em pensamentos sobre a harmonia das cores na natureza. Vislumbra formas escondidas nas ramagens e galhos das árvores, que parecem uma sala de visitas da passarada em conversas trinadas. E por entre o gramado, observa o desfilar da fila de formigas saúvas, em perfeita organização, numa demonstração de companheirismo, de respeito democrático, onde não existem lutas pelo espaço, a todas satisfaz o seu.  Fixa o olhar num arbusto verdejante e descobre um casal de joaninhas em namoro joanilesco, também em idílio dois insetos verdinhos. A natureza se perpetuando... 

Esse pensamento a faz observar que os vegetais também devem ter algum tipo de encontro que os perpetue, pois vê brotos rompendo a terra e abrigados pela sombra da mãe arbusto. Fixa o olhar e percebe, entre as folhagens e talos, um intruso à natureza. A curiosidade a leva até o arbusto, abaixa-se e pega o objeto escondido. Levanta-se admirando seu achado e reconhece em sua forma a semelhança com a lâmpada de Aladim, dos contos infantis que tanto gostava!  

Acariciou a lâmpada, para agradecer pelas lembranças da infância... 

Envolto em fumaça colorida surgiu o gênio da lâmpada para uma sonhadora assustada. Que mais assustada ainda ficou ao ouvi-lo dizer:

_ Revele três desejos que eu os realizarei!

Imagens de retrocesso de seus dias desfilam frenéticas em sua mente, o que quero, se pergunta? O gênio a adverte que se a fumaça se dissipar ele se vai e não volta.

O vento é quase uma brisa que pouco desmancha a fumaça, por sorte dela. 

_ Já sei o que quero, diz ao gênio. Quero tudo que falta em mim. Quero meu complemento. 

_ O que seriam os três complementos que pode desejar? Pergunta o gênio.

_ Quero ser como as formigas, seguir meu curso sem lutar com ninguém, sem inveja por menor que seja, feliz pelo que sou. Outro desejo é ter a generosidade de uma árvore, partilhar meus dons, com quem deles necessitarem.

_ Finalmente quero ser famosa, qualquer tipo de fama, desde que seja uma boa fama. 

Assim não passarei despercebida pela vida, aqueles que fingiam não me ver, farão questão de que eu os veja. Serei ouvida e se souber o que falar, serei aplaudida e seguida em meus conceitos e ideias por mais extravagantes que sejam. Meus atos serão apreciados e os que não forem, serão desculpados...

A picada da formiga no seu pé fez acabar a magia, adeus gênio! Ou será que foi o galho da árvore que, na euforia com que comemorava aos pulos os presentes do gênio, alcançou sua testa?

Ela ri de si mesma, que boba sonhadora eu sou, se reconhece... até para sonhar sou pobre! Mas que eu seria feliz com esses complementos, isso seria, diz a si mesma.





 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Revele que esteve aqui!