Isso
é, mesmice!
Mesmice
é não criar, é caber certinho num modelo concebido sabe-se lá por quem.
Mesmice
é seguir modismos, é se acostumar a gostar do que não se gosta.
É
plagiar modos e atitudes e ideias.
É
não se modificar.
É
se reprimir de experimentar o novo.
É
se moldar pela opinião de outro.
Mesmice
é sedentarismo mental que, assim como o físico, também atrofia e causa danos. De
repente não mais pensamos, só lembramos do que vimos, ou do que lemos ou
sentimos, do que gostamos ou não. E com o recrudescimento da capacidade
criativa, só nos resta perder tempo analisando o que fulano fez ou disse ou
comprou; sentir dor física e lembrar de tudo que queremos e não temos. O pior
são as lembranças de mágoas onde as revivemos com a mesma intensidade sofrida.
E logo se instala em nós a sensação de ser vítima, a “vitimização” toma conta
do ser e nos torna maçantes, e com isso só atraímos outros nas mesmas condições.
Falo
por experiência própria. Sem perceber um dia entrei para a turma das vítimas. No
início até gostei, pois também tinha minhas dores para contar, não era mais uma
simples ouvinte. Recebia afagos solidários dos amigos vítimas, e esses ouviam
atentos o que eu narrava, e quando encontravam outras vítimas, divulgavam os
sofreres deles e os nossos. Assunto não faltava no grupo.
Logo
cansei... Foi quando me percebi atuando como vítima da vida, sei lá porque
entrei nessa. Não aceitei o papel, ainda se eu fosse a “vitimizadora”, até
poderia desempenhar. Aceitaria melhor fazer vítimas do que ser uma!
Então
retornei aos meus pensamentos imaginativos e de imaginação em imaginação, as
vezes crio coisas, mas principalmente, não volto sobre nenhum passo, cada um é
um novo passo. Também me permito os pensamentos analíticos sobre
acontecimentos, sobre meus atos, pois sempre quero saber o porquê agi de certa
forma e não de outra; detenho-me em comentários de especialistas sobre fatos
políticos, artísticos, esportistas, sociais e algumas vezes ouso não concordar
com suas opiniões, afinal ninguém detém o saber total e a minha visão é a
minha!
Não
aceito “prato feito”, tem que ter meu tempero!
E,
assustadas, as dores fugiram...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Revele que esteve aqui!