Contagem Regressiva Para o Natal II

Faltam três dias pro Natal!

Já separei ovos, farinha de trigo e de pão, manteiga, fermento, canela em pó, cravo e noz moscada moída, vinho do porto, leite, frutas cristalizadas, uvas passas, amêndoas, avelãs e nozes, açúcar mascavo... agora é misturar os ingredientes, bater, misturar as frutas e assar. Alguém me perguntou se não ficará duro até o Natal... não, esse bolo depois de assado e frio, é envolvido em filme plástico e com os dias fica mais úmido, tem mesmo que ser preparado com antecedência. Agora posso meditar o Natal enquanto a batedeira executa o trabalho...

Lembro dos meus primeiros natais, onde se festejava somente o dia de Natal, na véspera assistia-se à missa do galo. A mesa longa na casa dos meus avós, com pai e mãe sentados à sua volta e meus muitos tios e tias, barulhentos, falando alto brindando, cantando, como toda família descendente de italianos. Sobre a mesa os exageros de pratos e vinhos do meu avô. As crianças como eu, separadas em outra mesa. Fui admitida na mesa grande, dois natais antes do meu avô partir e desde então, a alegria dessa comemoração perdeu um pouco do brilho.

O almoço de Natal passou a ser realizado em nossa casa, vieram os tios e primos com minha avó presente. Três anos depois foi a vez de minha avó seguir a viagem da vida e o almoço perdeu mais um pouco da alegria. Por anos os almoços de Natais aconteceram entre minhas irmãs e pais e os agregados que foram surgindo e os filhos que chegaram. Formávamos também uma grande mesa, alegre e feliz até que, chegou a hora da partida de meu pai.

A nostalgia passou a ser minha companheira nesta época do ano. Hoje, até consigo sentir e manter a alegria, mas no íntimo, bem lá no fundo, queria comemorar o Natal somente como o dia do nascimento Daquele que veio nos ensinar a Amar...

Com licença, vou colocar o bolo para assar...