Idiossincrasia

Recentemente ouvi essa palavra, dita rapidamente, em uma entrevista na televisão e dita tão rapida que nem consegui inseri-la no contexto da ideia de quem a proferiu. Mesmo porque nem estava assistindo a entrevista, ouvi ao passar perto do aparelho que a transmitia. Acho até que era um programa de esportes. Não que nunca a tenha ouvido ou talvez até lido, mas dessa vez ela mexeu com meu interesse e percebi que não conhecia seu significado, ela não fazia parte do meu dicionário mental. Como curiosidade é uma das minhas idiossincrasias, fui procurar saber mais sobre esse palavrão.

Pela definição que encontrei para essa palavra grande, um verdadeiro “palavrão”, entendi que ela quer dizer o jeito de sentir, de ver e de reagir peculiar a cada pessoa. É aquele demonstrar de sensibilidade que leva cada um perceber uma emoção, um sabor, uma música do jeito todo seu, sem sofrer influências de outros. É a definição do dizer que deve ter surgido na época de Adão e Eva: “Gosto não se discute”. Gosto é a idiossincrasia do indivíduo. Respeitemos.

Fiquei mais que feliz. Agora quando revelar minhas preferências, minhas interpretações sobre um filme, ou uma comida, um sentimento despertado por algo ou alguém, ou qualquer coisa, como quando revelava que gostava de assistir, por exemplo, o programa Big Brother, me olhavam com espanto e exclamando: Você!!! Aqui vale um parêntesis: gostava, percebeu? Não gosto mais, mas gostei um tempo.

Porque me fez feliz esse conhecimento? Respondo:

Foi a certa altura da minha vida que percebi que tinha quase que necessidade, sabe lá porque, de esconder meus sentimentos e muitas das minhas emoções. Essas atitudes roubavam minha espontaneidade e travavam minha mente, incomodavam. Aos poucos, em meus conluios comigo mesma, decidi: não escondo mais nada!

Depois disso vivo sendo chamada de louca! Até por mim mesma...

Agora sei que são minhas idiossincrasias!

Compreendi, mas duvido que a use oralmente, tenho a sensação que numa conversa se me atrever exibir meu conhecimento dela, irei ficar gaguejando. Palavrinha difícil! Agora percebo o porquê de ser mais fácil escrever minhas ideias do que falar delas. Será idiossincrasia minha?