Aceitamos com aplausos somente quando o fim é de uma dor, ou fim com vitória, ou fim com o alcance de um objetivo, ou o fim com a realização de um sonho. Outros fins trazem tristeza.
Tristeza que aniquila é a tristeza relativa, que é o nome que especialistas dão à dor que resulta de uma decepção ou perda. Médicos e psicólogos de todo mundo estão desfraldando a bandeira de que a tristeza não deve ser evitada a qualquer custo, pois faz parte da nossa vivência e até nos ajuda a crescer.
"Há um sentido existencial nesse sentimento, pois ele nos faz questionar a nossa vida e buscar caminhos alternativos", defende o psicólogo Fabiano Murgia, de São Paulo, autor do livro Salve a Depressão (Editora Edicta).
Diz o poeta: “Tristeza não tem fim, felicidade sim”.
Exagero do poeta. Claro que ambas tem fim, facilmente comprovamos isso. O que não devemos é nos fragilizar na tristeza, há que se vivê-la, aceitar o luto. Gostei de descobrir que as opiniões de especialistas coincidem com a minha. A tristeza surge com desesperança, por perdas, ausências, desilusões, frustrações, abandono e tantos outros fatos com que a vida nos surpreende. Os fins que deixarem tristezas são aqueles dos quais não participamos e não queríamos, mas muitas vezes inevitáveis ou até necessários.
Amores que eram e se foram, e enquanto eram, a felicidade sentida se mostrava infinita e ao irem deixam tristeza que parece não ter fim. Até que lentamente a assimilamos e aprendemos a conviver com o fim, ou a tristeza se desfaz como num passe de mágica quando o que a causou for substituído por outro foco.
Sabedoria é aceitar um fim e não permanecer na tristeza mais do que é preciso, e perder a alegria de sentir outras experiências, mesmo com novos fins. Há que despertar a esperança e a vontade de voltar e buscar por interesses que preencham o vazio que ficou e nos façam vibrar novamente.
E de fim em fim aprendemos aceitá-lo, até o nosso fim.
E de fim em fim aprendemos aceitá-lo, até o nosso fim.
Nesse poema de Cecília Meireles ela fala sobre aceitar o fim...
Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo o dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Revele que esteve aqui!