Ela abre os olhos, espreguiça-se e senta na cama por minutos. O
companheiro ainda dorme. Ela sai do quarto sem acordá-lo e fingindo não me ver,
mas sabe que estou aqui.
_ Bom dia.
Diz ele ao chegar à cozinha onde ela toma café.
_ Dormi com você, lembra-se? Bom dia é pra
quem se vê a primeira vez num dia.
A resposta demonstrou seu mau-humor costumeiro ao acordar, quer
dizer, ao sair da cama, porque acordar mesmo, só daqui à uma hora mais ou
menos. Principalmente nos dias do tipo de hoje.
E eu que pensei ser a única rancorosa ao acordar! Muda e
emburrada, com raiva de ser eu, queria ser outra, talvez mais velha ou mais
nova, qualquer uma, podia ser um ele também, até seria melhor!
Já banhada, alimentada, perfumada, o sorriso dela surgiu espontâneo,
ele ganhou abraço e beijo carinhoso e saíram juntos.
Encontraram-me novamente quando chegaram ao destino, e os recebi
ainda preguiçosa, sem sorrisos, raivosa ainda por ser eu. Aos poucos a alegria
dela e sua disposição me contagiaram, ele também estava ativo, ambos me
encarando como que em enfretamento. Enfraqueceram minha resistência e ajudaram
a me aceitar. Fui me moldando às situações, vencendo desafios e, aos poucos,
distribui tranquilidade, ofereci chocolates, rosas sem espinhos, música e calor,
transformei pedras em plumas a todos ao meu redor.
Por que são assim meus amanheceres?
Culpa de quem me criou!
Culpa de quem me nomeou com esse nome que ninguém aprecia. Por
causa dele demoro a ser amada, sou quase desprezada...
Segunda-Feira! Isso é nome?
Segunda-Feira! Isso é nome?
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