domingo, 5 de julho de 2015

Hoje assisti seu despertar...



Ela abre os olhos, espreguiça-se e senta na cama por minutos. O companheiro ainda dorme. Ela sai do quarto sem acordá-lo e fingindo não me ver, mas sabe que estou aqui.

_ Bom dia.

Diz ele ao chegar à cozinha onde ela toma café.

_ Dormi com você, lembra-se? Bom dia é pra quem se vê a primeira vez num dia. 

A resposta demonstrou seu mau-humor costumeiro ao acordar, quer dizer, ao sair da cama, porque acordar mesmo, só daqui à uma hora mais ou menos. Principalmente nos dias do tipo de hoje.

E eu que pensei ser a única rancorosa ao acordar! Muda e emburrada, com raiva de ser eu, queria ser outra, talvez mais velha ou mais nova, qualquer uma, podia ser um ele também, até seria melhor!

Já banhada, alimentada, perfumada, o sorriso dela surgiu espontâneo, ele ganhou abraço e beijo carinhoso e saíram juntos.

Encontraram-me novamente quando chegaram ao destino, e os recebi ainda preguiçosa, sem sorrisos, raivosa ainda por ser eu. Aos poucos a alegria dela e sua disposição me contagiaram, ele também estava ativo, ambos me encarando como que em enfretamento. Enfraqueceram minha resistência e ajudaram a me aceitar. Fui me moldando às situações, vencendo desafios e, aos poucos, distribui tranquilidade, ofereci chocolates, rosas sem espinhos, música e calor, transformei pedras em plumas a todos ao meu redor.

Por que são assim meus amanheceres?

Culpa de quem me criou!

Culpa de quem me nomeou com esse nome que ninguém aprecia. Por causa dele demoro a ser amada, sou quase desprezada...

Segunda-Feira! Isso é nome?


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