Ser feliz é fácil, apesar de muitos acharem que é difícil e
viverem a procura de alguma receita infalível e de fácil execução. E é tão
fácil ser feliz, basta olhar e sentir a vida ao redor, entendê-la e senti-la em
si, não assimilar e acumular mágoas e nem desejos de retribuí-las. Mágoa é lixo mental, é só eliminar no
esquecimento. Alguém fica divagando sobre o lixo colocado na lixeira e como ele
se fez lixo?
Mas o que é muito fácil, fácil mesmo é magoar e também nos
magoarmos.
Magoamos sem querer e também querendo, quando o orgulho se
sobrepõe à vontade. Orgulho de não demonstrar as fraquezas cuidadosamente
ocultas. Pedir desculpas é o mesmo que assumir um erro e o orgulho impede isso
aos que temem expor seus sentimentos, mesmo que a falta da humildade resulte na
perda de amores, amizades e até negócios. Mas o orgulho permanece intacto e
isso compensa qualquer perda. Construímos mágoas também pelo orgulho que impede
aceitar o pedido de perdão de alguém que de alguma forma nos magoou, e assim
ampliamos o sentir e o sofrer, e pode até ser que o que nos ofendeu, foi um mal
entendido.
Mas nada é mais fácil do que engordar!
Fácil e prazeroso. O paladar é o responsável pelo prazer
revelando as diferentes sensações na boca e obscurecendo a mente levando-a não
criar pensamentos sobre balança, quilos, saúde. E mesmo quando a mente envia
sinais de alerta a quem se delicia em paladares, é posta a correr pelo prazer
gastronômico. Como resistir ao prazer? Qual a defesa que se pode usar? A razão
não ganha do prazer quando mastigar e saborear afastam frustrações, desamores,
derrotas... Aquele entregue ao prazer do paladar não percebe que esse prazer é
fugaz, rápido, perdura enquanto está sendo deglutido e imediatamente após, os
causadores do prazer estão sendo armas malignas dentro dele.
Fácil também é não fazer nada.
Basta escolher um tempo determinado, um dia, uma semana ou um
ano e cancelar todas as obrigações, Avise a todos que estará ocupado no
intervalo de tempo escolhido, até para atender telefone. Procurar um lugar onde
nada a fazer ou pensar o pressione, soltar toda musculatura, esvaziar a mente
de preocupações e obrigações, fazer de conta que só existe você no mundo, vale
ser egoísta. Porém o “não fazer nada” fácil mesmo, é passivamente fechar os
olhos para injustiça, é virar as costas para necessitados, é ignorar o
sofrimento do outro seja físico ou espiritual.
Qual a dificuldade de criticar?
Nenhuma! Não falo de críticas analíticas daquelas que enaltecem
ou detalham defeitos de algo numa análise crítica, geralmente escrita. E sim
das críticas que depreciam, que censuram, que destorcem realidades de alguém. E
com que facilidades são feitas essas críticas. E as críticas às organizações e
aos governos, à sociedade e seus costumes? Fácil, fácil, difícil é apresentar
soluções, ou ajudar, ou ser solidário.
Bem, depois de concluir tudo isso, vou ali pro meu canto me
fazer feliz...
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